terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Brazil Cup: desorganização faz 3 times entrarem em campo


Evento terminou com muita confusão e presença da polícia no Nhozinho Santos.
Paulo de Tarso Jr./Imirante
14/01/2013 13h23 - Atualizado em 15/01/2013 08h18
SÃO LUÍS – Desorganização, confusão, ameaças, cheque sem fundos e três equipes dentro de campo esperando o início da final de um torneio. Esses foram apenas alguns dos problemas doBrazil Cup, considerado o maior torneio internacional de futebol de base do Brasil, realizado na última semana em São Luís. Pela primeira vez, a disputa aconteceu em campos maranhenses. No entanto, quem participou do Brazil Cup este ano não guardará muitas lembranças positivas com relação ao torneio.
As disputas ocorreram durante apenas uma semana, tempo suficiente para um verdadeiro caos imperar nas disputas das categorias Sub-13, Sub-15 e Sub-17. O estopim da confusão noBrazil Cup aconteceu no sábado (12), dia que estavam previstas as decisões do campeonato.
Coordenador de arbitragem, Josivan Pereira, tenta explicar mudança em regulamento a dirigentes de clubes. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante)
Regulamento burlado
Na categoria Sub-15, o Furacão Basa venceu o Comercial por 1 a 0 na semifinal realizada na sexta-feira (11) se classificando, assim, para a final do torneio diante da equipe do Babaçu/Cefama. No entanto, de uma maneira um tanto quanto arbitrária, a organização doBrazil Cup informou, após a realização da semifinal, por meio de boletim, que o Furacão Basa havia perdido os pontos da partida por ter utilizado um jogador irregular. O atleta teria recebido dois cartões amarelos e, portanto, deveria cumprir suspensão automática.
O problema é que no regulamento geral do torneio o “cartão amarelo não é cumulativo para suspensão”, o que revoltou a diretoria do Furacão Basa. No sábado (12), ao saber da decisão da organização do Brazil Cup, representantes do clube alvinegro entraram em contato com o coordenador de arbitragem e membro da comissão disciplinar, Josivan Pereira, para que fosse modificada a decisão existente no boletim.
Trecho do regulamento que trata sobre penalidades. (Arte: Maurício Araya/Imirante)
A discussão de nada adiantou e o caso foi parar na polícia. Enquanto isso, três equipes foram para o campo para jogar a decisão da categoria Sub-15. De um lado, o Babaçu/Cefama, classificado sem qualquer tipo de problema. Do outro, o Furacão Basa e o Comercial aqueciam esperando a decisão da comissão disciplinar, que até aquele momento estava completamente perdida, já que o organizador do evento, Kennedy Carvalho, não estava em São Luís para resolver o impasse.
“Em primeiro lugar, essa competição é mais uma daquelas competições que é organizada e o responsável e organizador não se encontra no dia da final, nem para entregar o troféu. Hoje, nós nos sentimos lesados porque foi burlado o regulamento. Cada equipe pagou R$ 800 para disputar esta competição. Esses R$ 800 nem a própria arbitragem sabe onde foi parar. Acho que a Promotoria do Consumidor e algumas autoridades devem apertar esse tipo de organização que tenta chegar ao Maranhão e tirar proveito de muitas entidades e de pais que acreditam nos sonhos de seus filhos”, reclamou Carlos Pavão, pai de um dos atletas do Furacão Basa.
Garotos do Furacão Basa, do Comercial e do Babaçu/Cefama aguardam definição sobre a final em campo. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante)
A cada minuto que a indefinição persistia, os ânimos ficavam exaltados. O coordenador de arbitragem, Josivan Pereira, estava em um fogo cruzado. Policiais militares foram chamados e, também, entraram em campo. Furacão Basa, Comercial e Babaçu/Cefama queriam jogar a qualquer custo. Adiar a final seria uma opção até se resolver o impasse. Seria, mas logo foi descartada pelo representante do Babaçu/Cefama, que se recusava em jogar em outra data.
“Estamos vindo da Maiobinha com duas vans alugadas, com torcedores, jogadores, com despesas e gastando para chegar e passar vergonha aqui. Uma miséria disso aqui, porque isso aqui é uma nojeira. Um ladrão vem lá de fora para roubar a gente aqui e o pessoal fica de braços cruzados. Ninguém faz nada, infelizmente. É um constrangimento para os meninos que estão querendo jogar. É um constrangimento para essa categoria”, afirmou João Alves Pacheco, diretor do Babaçu/Cefama.
Josivan Pereira (camisa preta) e dirigentes de clubes tentam chegar a um acordo com o auxílio da polícia. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante)
Após mais de uma hora de muita confusão, o Comercial resolveu ceder e permitir que o Furacão Basa fizesse a final da categoria Sub-15 do Brazil Cup contra o Babaçu/Cefama, apesar de não concordar muito com a decisão. O certo é que o Comercial ficou na bronca com a comissão organizadora do torneio por ter elaborado um regulamento que causou tanta confusão.
“A gente decidiu não entrar na briga. A corda quebra para o lado mais fraco. A gente trabalha com os garotos carentes, de pouca situação financeira, diferentemente da equipe adversária que veio a campo com promotor, advogado, delegado. Para evitar qualquer tipo de coisa, de constrangimento, a gente resolveu ceder e vamos para partida de terceiro e quarto lugar. Se não tiver a partida, volta a briga anterior. A comissão organizadora falhou no momento que não botou no artigo a situação dos dois cartões amarelos. Ela existe, foi passado para os times, mas não está no regulamento. Então quem falhou foi a organização”, disse Eugênio Junior, representante do Comercial.
Quando a bola rolou na decisão do Sub-15, o Furacão Basa bateu o Babaçu/Cefama. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante)
Procurado pelo Imirante, o organizador do Brazil Cup em São Luís, Kennedy Carvalho, explicou que houve apenas uma dupla interpretação no regulamento do torneio, mas que o problema foi contornado e a final aconteceu normalmente, apesar do que ele considerou como “falhas”. Quando a bola rolou, o Furacão Basa venceu o Babaçu/Cefama por 3 a 0 e ficou com o título.
“Houve uma dupla interpretação do regulamento, o que gerou dúvida às equipes, mas tudo foi contornado e houve a final. A equipe do Furacão Basa não deveria ser punida, mas depois houve a revisão da decisão. A comissão disciplinar se reuniu e decidiu permitir a final entre Furacão Basa e Babaçu/Cefama. Eu já esperava algumas falhas. Por ser o primeiro evento, já sabia que poderia ocorrer. Apesar das falhas, o evento foi bom. Nunca na história, o Maranhão viu uma premiação tão boa como a do Brazil Cup. Não conseguimos agradar a todos. Mas vamos sim fazer mais eventos em São Luís”, declarou Kennedy por telefone.
Impasse na disputa do bronze do Sub-15
Já a decisão pelo terceiro lugar entre Comercial e Macau Esporte não aconteceu causando mais uma confusão em um torneio onde imperou a desorganização. O jogo pela medalha de bronze aconteceria no Sesi do Araçagi no sábado pela manhã. O Macau Esporte compareceu e o adversário não, uma vez que o Comercial estava no Nhozinho Santos querendo jogar a final.
Questionado sobre qual equipe seria declarada a terceira colocada na categoria Sub-15 doBrazil Cup, Kennedy Carvalho declarou apenas que o “desempate ocorrerá por critério técnico”.
Josivan Pereira tenta contato com organização de torneio sobre final do Sub-15 além do pagamento dos árbitros. (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante)
Ameaças e falta de pagamento
Se em termos de competição houve problemas no Brazil Cup, na parte financeira também. O coordenador de arbitragem do torneio, Josivan Pereira, declarou que o cheque utilizado pela organização para pagar as despesas dos árbitros simplesmente não tinha fundos. Segundo Pereira, o pagamento estava previsto para o último dia 5 de janeiro e seria em espécie.
Mas, somente na quarta-feira (9), Kennedy Carvalho teria entregue o chegue no valor de R$ 4.680 referente ao pagamento da arbitragem nas mãos de Josivan Pereira. “Na quarta-feira ele [Kennedy Carvalho] foi embora e deixou um cheque que é de uma cooperativa lá de Poços de Caldas, mas o cheque não tinha fundos”, disse Josivan Pereira.
E, para piorar a vida de Josivan Pereira, que, ainda, não viu a cor do dinheiro, ele chegou a ser ameaçado no dia anterior. O coordenador de arbitragem chegou a receber uma mensagem em seu celular, possivelmente, de alguém insatisfeito com a organização do Brazil Cup. “Tu é safado. Tu vai ter o teu amanhã, seu pilantra”, dizia a mensagem.
Por telefone, Kennedy Carvalho se defendeu e disse que a falta de pagamento não procede. Segundo o organizador do Brazil Cup, ele sempre cumpre seus compromissos.
“Isso não procede. Foi um acordo entre mim e o Josivan. O que ficou acertado é que seria feito o pagamento em até quinze dias após o término da competição. Nunca deixei de honrar meus compromissos. Não vou sujar meu nome por R$ 4 mil”, disse Carvalho.

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