11/07/2010 - 18h02 | do UOL Copa do Mundo
AP/Martin Meissner
Iniesta comemora ao marcar o gol da vitória da Espanha sobre a Holanda
Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)
A Copa do Mundo é da Espanha. O dia 11 de julho de 2010 eternizou um novo campeão. Um merecido campeão. Depois de 64 jogos, 145 gols e um mês de bola rolando na África do Sul, a Espanha deixou todos para trás e fez história. Pode finalmente se gabar: é a melhor do mundo.
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Iniesta ignora carrinho de Van der Vaart e chuta para marcar seu gol
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Cara a cara com o goleiro, Villa chuta em cima do pé de Heitinga
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Robben chuta em Casillas em lance importante para Holanda
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Stekelenburg voa para defender cabeçada perigosa de S.Ramos
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22min do 1ºT Webb sentiu o jogo tenso e tentou controlar com cartões: deu 4 amarelos no início, mas não evitou a violência.
17min do 2ºT Robben ficou na cara de Casillas e perdeu gol claro em raro momento de inspiração.
24min do 2ºT Após furada de Heitinga, Villa chuta da pequena área e conseguiu desperdiçar. Ficou feio para o artilheiro.
Prorrogação Aos 5min, Fabregas livre chuta nas pernas do goleiro. Aos 8min, Iniesta, também livre, perde gol por medo de chutar.
Neste domingo, a vitoriosa geração de Xavi, Casillas e Puyol colocou a Fúria na restrita galeria de campeões da Copa. Mas o passo final foi duro, suado. Os espanhóis sofreram com a violência e com a retranca da Holanda. Precisaram da prorrogação para vencer por 1 a 0 em um Soccer City abarrotado e diante dos olhos de Nelson Mandela, lenda viva da África do Sul.
O gol heroico foi de Iniesta, aos 11min do segundo tempo da prorrogação. O camisa 6 da Espanha levou todos à loucura quando recebeu o passe de Fábregas. Ele já tinha perdido uma chance e mostrado relutância em chutar. Mas no lance decisivo, não pensou duas vezes. Livre, dominou na área e fuzilou para o gol.
Como fez em todos seus jogos no mata-mata, a Espanha venceu “só” por 1 a 0. Mas esse gol não será esquecido tão cedo pelos espanhóis. Nem pelos holandeses. No final, os dois times caíram em lágrimas, mas só um pôde festejar.
O principal evento esportivo do planeta começou em marcha lenta, mas terminou acelerado. A Espanha acompanhou o ritmo. Perdeu para a Suíça na estreia e depois se achou. Passou por Honduras, Chile, Portugal, Paraguai, Alemanha e Holanda até chegar ao topo do futebol mundial. E no jogo mais importante de sua história fez o que um campeão precisa fazer: se impôs e impôs seu futebol.
Mas para isso a Espanha apanhou. E não foi pouco. Os holandeses miraram mais os adversários que a bola nas divididas. Xabi Alonso tomou um chute no peito de De Jong. Sneijder acertou o joelho de Pedro. Van Persie e Van Bommel também exageraram. Com os dois times marcando a saída de bola, ficou claro no primeiro tempo o estilo de cada um.
A Holanda recorreu aos chutões para frente. A Espanha tentou sair jogando, mas encontrou dificuldades diante da retranca laranja. A Holanda chegou a ter os 11 jogadores atrás da intermediária defensiva. A Espanha chegou a ter 63% de posse de bola e sempre esteve à frente nesse quesito.
Durante os 90 minutos do tempo normal e nos 30 da prorrogação, a Holanda teve medo de atacar. A seleção que já foi representada pelas gerações de Cruyff e Van Basten viu, neste domingo, uma maioria de brucutus. Os holandeses tomaram sete amarelos, um vermelho (após dois amarelos de Heitinga) e contribuíram para a final de Copa com maior número de cartões.
Já a fama da Espanha de amarelar em momentos decisivos ficou no passado. O presente da Fúria é vitorioso. Em 2008, a equipe faturou a Eurocopa. Depois se classificou com 100% de aproveitamento nas eliminatórias. Mas faltava algo. Faltava a Copa do Mundo. Não falta mais. O amarelo da gozação deu lugar ao vermelho da “La Roja”.
A Espanha conquistou seu título mais importante sem ter um craque. A equipe de Vicente Del Bosque não possui um fora de série, alguém que faça a diferença. O diferencial espanhol é o todo, o coletivo. As trocas de passes são velozes e parecem automáticas. O resultado é um futebol que envolve o adversário. Lances espetaculares são raros nesse time, mas o controle da partida é frequente.
A Espanha se tornou o oitavo país campeão do mundo e o sexto a passar pela prorrogação na final. E conseguiu o feito mais almejado por todas as seleções do planeta em uma Copa do Mundo histórica, a primeira em continente africano. Todos tiveram que se render ao talento da Espanha. Até o polvo Paul se rendeu. A Holanda não mereceu o título pela postura que teve na final. Conformou-se em ver a festa espanhola. 2010 é o ano da Roja, não da Laranja.
1ºT - 4min - Sergio Ramos cabeceia e Stekelenburg faz milagre para evitar o gol.
1ºT - 34min - Holanda devolve bola para Espanha em atitude fair play, mas a bola passa perto do gol da Fúria. Casillas tira para escanteio. 1ºT - 36min - Em jogada ensaiada, Mathijsen tem chance de chutar, livre, mas fura. 2ºT - 17min - Robben recebe lançamento de Sneijder, na cara de Casillas. Chuta no goleiro. 2ºT - 24min - Navas faz jogada pela direita, cruza. Heitinga fura e bola sobra para Villa. Ele chuta, mas Heitinga salva gol certo. 2ºT - 31min - Xavi cobra escanteio na cabeça de Sergio Ramos, livre. O cabeceio vai para fora. 2ºT - 38min - Robben ganha na velocidade de Puyol e invade a área. Casillas defende. |
PRORROGAÇÃO
1ºT Prorrogação - 5min - Fabregas recebe lançamento e toca na saída de Sketelenburg, que salva com o pé. No contra-ataque, Sneijder coloca para Robben, mas a bola cai no pé direito. 2ºT Prorrogação - 3min - Heitinga é expulso após falta em Iniesta. Na cobrança, Xavi chuta por cima. 2ºT Prorrogação - 10min - GOL DA ESPANHA! Fabregas toca para Iniesta, que chuta na saída de Casillas. Veja todos os lances do jogo |
Ídolo sul-africano
A torcida sul-africana puxou um coro emocionado para Mandela quando ele entrou em campo antes do jogo. Já Joseph Blatter (presidente da Fifa) e Jacob Zuma (presidente sul-africano) ouviram vaias. | O invasor
O quarto árbitro Yuchi Nishimura, do Japão, ficou assustado quando viu a polícia retirando o invasor Jimmy Jump pelo túnel central e mandou jogadores e crianças encostarem na parede. |
GOL?
Os espanhóis comemoraram dois gols que não aconteceram. Foram enganados por bolas que tocaram a rede pelo lado de fora, uma no primeiro tempo, outra no segundo. | Superstição?
Fábregas deixou para colocar a camisa da Espanha só quando entrou no segundo tempo. Ele usava uma camiseta básica, branca, sob o agasalho quando foi chamado para substituir Xabi. |
Iniesta
Mostrou medo de chutar algumas vezes. Mas, no lance que decidiu o jogo, ele marcou. | De Jong e Van Bommel
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Casillas
Salvou a Espanha nos dois ataques de Robben no segundo tempo, fazendo defesas decisivas nos dois lances. | Robben
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Ficha da Partida
HolandaTécnico: Bert van Marwijk | |
| 1. Stekelenburg |
| 2. Van der Wiel |
| 3. Heitinga |
| 4. Mathijsen |
15. Braafheid | |
5. Van Bronckhorst | |
23. Van der Vaart | |
8. De Jong | |
| 6. Van Bommel |
| 10. Sneijder |
| 11. Robben |
17. Elia | |
7. Kuyt | |
| 9. Van Persie |
EspanhaTécnico: Vicente del Bosque | |
| 1. Casillas |
| 15. Sergio Ramos |
| 3. Piqué |
| 5. Puyol |
| 11. Capdevila |
| 16. Busquets |
10. Cesc Fábregas | |
14. Xabi Alonso | |
| 8. Xavi |
| 6. Iniesta |
22. Jesús Navas | |
18. Pedro | |
9. Fernando Torres | |
7. Villa |
Final |
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Data: 11/07/2010 - 15h30 | Árbitro: Howard Webb (ING) |
Local: Soccer City | Assistentes: Darren Cann (ING) e Michael Mullarkey (ING) |
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