Preocupada com a legalidade da peneira feita em nome do Atlético Mineiro pela empresa de Curitiba Peneirão Brasil, cerca de 15 pais procuraram o plantão. Os empresários que organizaram a seleção de atletas – Cláudio Santos e Edimar Freitas, e o ex-jogador e funcionário da das categorias de base do Galo, Anderson Valim, o Canela – foram detidos para averiguações, mas logo em seguida liberados.
Por causa dos incidentes ocorridos na quarta-feira, o processo seletivo foi suspenso por ordem da direção do Clube do Ipem, na manhã de ontem, o que deixou os pais ainda mais apreensivos quanto à credibilidade do evento. A dona de casa Maria da Conceição, que pagou a inscrição do filho e ainda comprou um par de chuteiras para ele, disse ter gasto mais de R$ 200,00. “Toda criança tem o sonho de ser jogador de futebol profissional. E agora? Como é que fica a nossa situação?”, disse.
O empresário da Peneirão Brasil Cláudio Santos afirmou que tudo não passou de um mal-entendido. “As pessoas estão desconfiando que a gente não tem parceria com o Atlético Mineiro, mas tenho como comprovar com documentos que temos autorização do clube para fazer o evento aqui em São Luís. E o funcionário deles, o Canela, estava aqui. Fazemos este tipo de peneira para vários clubes em todo o Brasil. Não existe nada de irregular. Os atletas que não forem aprovados na peneira do Galo podem ser aproveitados em outros times com que temos convênio”, afirmou.
Legítima – O gerente técnico das categorias de base do Atlético, Mauro Sérgio, confirmou que a empresa Peneirão Brasil estava autorizada pelo clube a fazer a peneira em São Luís. Por telefone, o dirigente do Galo, que está em Porto Alegre acompanhando o sub-20 do clube em uma competição, confirmou que os empresários estavam credenciados pelo time a fazer o seletivo. “Realizamos esse tipo de seletivo em todo o Brasil e de fato autorizamos a empresa Peneira Brasil a fazer a seleção em São Luís. Mas assim que o nosso funcionário Canela nos relatou que estava tendo todos estes problemas, pedimos para que ele retornasse imediatamente para Belo Horizonte. Lamentamos pelos pais e jovens que participaram do evento porque lidamos com sonhos, mas me coloco à disposição para realizar uma nova peneira na cidade, pois queremos sair de forma honrosa disso tudo”, comentou.
Mauro Sérgio disse ainda que o Atlético não cobra nada pelo serviço de avaliação de atletas, mas a organização das peneiras fica a cargo do contratante. “O Atlético não cobra nenhuma taxa para fazer o serviço. A única coisa que pedimos é o transporte, hospedagem e alimentação para um observador técnico do clube, que enviamos para participar dessas peneiras. E a organização do evento fica por conta do contratante”, explicou.
O delegado responsável pela Delegacia de Defraudações, Paulo Aguiar, disse que foi instaurado inquérito para apurar o caso. “Cerca de 15 pessoas procuraram o Plantão da Reffsa para denunciar o caso, e estamos aguardando o depoimento deles para começar a investigar o caso. Soubemos que a empresa realmente tinha autorização do Atlético Mineiro para realizar o evento. Se for comprovado, o caso não compete à Delegacia de Defraudações, pois não houve nenhum crime de estelionato, e sim à do Consumidor”, comunicou.
Fonte: O Estado do MA
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